O movimento político angolano está a fervilhar. “A lógica da batata, na lei da batota”, hasteada pelo MPLA, em 2024/2025, visa a sua eternização no poder ou a guerra, se o inverso ocorrer, no próximo pleito eleitoral, com uma estrondosa derrota. O regime não está preparado para a expressão máxima da democracia; alternância. Daí criar dispositivos e normas jurídicas, irmãs da fraude eleitoral, que sub-repticiamente, vai sendo semeada, em todos os órgãos de soberania e instituições do Estado.
Por William Tonet
Elas estão a ser dotadas de poder de intervenção nos actos administrativos, jurídico-eleitorais e constitucionais, lideradas por magistrados partidocratas, sem notável saber jurídico e reputação ilibada.
Estes actos configuram autênticos golpes de Estado constitucionais, com a intervenção dos togados de preto (juízes) e incapazes de serem revertidos (face a redução do prazo de prescrição), se nada for feito agora.
A aprovação de leis abjectas, como a Lei Contra o Vandalismo (ilícito já tipificado no Código Penal), bem como as que estão na calha: Lei contra as Fake News (alojada na Lei de Imprensa e Código Penal) e Lei Eleitoral, visam, ostensivamente, cercear as liberdades de movimento, expressão, imprensa, de voto livre e manifestação, aos eleitores em 2027.
Condenar a uma pena de 10 anos, quem divulgar uma notícia, conotada como falsa, pelo próprio “regime – julgador” é a prova acabada de se estar diante de um regime ditatorial, que textualiza democracia na Constituição, mas apenas para “estrangeiro ver”, porque de resto “as leis da violência, prisões e morte serão sempre o império do mal”. Acabar com as actas sínteses é abrir uma avenida para a roubalheira dos votos de todos que ambicionam uma nova aurora, cansados das cinco décadas de má gestão, injustiça, fome e miséria…
Noutra margem, a mais importante, que emerge é a permanente “colonização” da CNE (Comissão Nacional Eleitoral), onde o MPLA sem legitimidade, impôs através da força e do controlo dos órgãos de justiça (Tribunal Constitucional; Tribunal Supremo; Tribunal de Contas), maioria de comissários, presidentes das comissões eleitorais provinciais, municipais e de mesa, para contínua fraude dos legítimos sonhos dos cidadãos…
E para consumarem a lógica estalinista; “não é importante quem vota, mas quem conta os votos”, impõe através do domínio da Polícia, órgãos de Segurança e Forças Armadas, Manuel da Silva Manico considerado por muitos, o juiz mais suspeito de ter impressões digitais em actos de suborno, corrupção e batota eleitoral, incluindo no seio da própria magistratura.
Nos actos decisivos, esconde e prescinde da contabilidade e confrontação dos boletins de votos (vide 2022), sempre que estes apontem como vencedor o lado oposto ao do seu crónico viés partidocrata.
A indicação, mais uma vez, em 2025, de um homem que poderia levar, no último pleito eleitoral, o país a um verdadeiro banho de sangue, constitui uma verdadeira afronta a todos os cidadãos eleitores e provocação aos partidos políticos, copiosamente, roubados em 2022…
Mas tudo isso está a ocorrer, sob o olhar silencioso de milhões da sociedade civil, que ingenuamente acreditam, ser possível, com órgãos partidocratas, em 2027, proclamar-se a derrota de quem está há 50 anos no poder.
Pura utopia.
Sonhar não é crime. Crime é não ser realista, num reino, exclusivamente, controlado pelo leão vermelho.
A cada norma jurídica discriminatória, o MPLA, com subtileza engendra um refrão desviante: multiplicação da produção de “jardadas”; promoção do sexo infantil; divulgação de “fait divers” nas redes sociais, criação e aumento de podcast, defensores da ideologia ditatorial, para visar a oposição. A única… goste-se ou não.
Nada está a ser feito ao acaso. Tanto assim é que até o estímulo a emigração ilegal, não é descartada, pois visa obter o controlo, através dos estrangeiros, da economia, mesmo que isso signifique a perca da soberania, para especuladores ocidentais, escravocratas asiáticos e fundamentalistas islâmicos, cujo poder, actualmente, configura a nova colonização.
Angola está transformada na nova lavandaria de dinheiro de sangue, das máfias, do islamismo, do Estado islâmico, Boko Haran e traficantes de drogas.
ANGOLA NA MÃO DE ESTRANGEIROS
O presidente do MPLA, João Lourenço, numa aliança espúria e submissa ao Presidente da República, João Lourenço, é apoiante das linhas ideológicas – programáticas da extrema-direita e do neoliberalismo económico, que advoga a venda (total) do património do Estado. E isso está a ocorrer sob a orientação controlada, orientada e selectiva da BODIVA, cuja direcção é “competentemente” liderada por Cristina Lourenço (filha do Presidente da República), cuja nomeação foi quase ofuscada, com a alteração do estado emocional de Neth Nahara, que apareceu semi nua, em Benguela e a lista dos condecorados, alusivos aos 50 anos de independência.
A venda da UNITEL, ENSA, parte da TAAG, ENANA e outras empresas públicas não se trata de economia de mercado, mas crime de mercado.
Qual é o público alvo, para abocanhar este património público: os estrangeiros. Estes são protegidos do regime, cujos dirigentes e administradores da BODIVA, antipatrioticamente, preferem vender a preço de banana, aos novos colonos, ao invés de potenciarem uma classe empresarial nacionalista angolana.
Actualmente, as telecomunicações (sector sensível de soberania), as águas de mesa e mineral, produtos alimentares, bebidas alcoólicas, refrigerantes, finanças, banca comercial, sementes, medicamentos, materiais de construção civil, peixe, carnes, minas de diamantes, ouro, mármore, armazéns, shopping, terrenos, tudo com a bênção do MPLA está sob controlo estrangeiro.
Isso por serem uma grande fonte de receitas para as despesas com a campanha eleitoral.
Um partido com todo esse poder cumulativo-imperial, aliado a máfias estrangeiras, inviabiliza a melhoria e qualidade de vida da maioria dos 20 milhões de angolanos pobres.
Por tudo isso, se a sociedade civil continuar anestesiada, dois anos antes do pleito eleitoral de 2027, com tantas anormalidades jurídico-legais, aí chegados terá de se conformar com a continuação da opressão, desemprego, má educação, saúde, corrupção, fome, miséria e colonialismo… E a prova está estampada, na insensibilidade do regime, ao preferir importar 210 milhões de bandeira, por 20 milhões de dólares, ao invés de comprar fuba e peixe para alimentar os milhões de cidadãos carentes.